quinta-feira, 10 de abril de 2014


Aquela carta

Lembra daquela carta
Aquela tal que não foi escrita
(Mais que foi lida)?

Ainda grita ao meu ouvido
Pedindo pra passar
Da minha cabeça
Direto para o papel
Tudo que o coração sente
E o corpo treme de emoção
Só de pensar
Mas que a boca não tem
Coragem de revelar

Como se fosse mais fácil
Gravar em tinta
Na branca superfície
Retangular
Por sobre a horizontalidade
De tênues linhas pretas
Com todas as letras
Esse sentimento profundo
Que em todo o mundo
Não existe igual

Ele ainda vai pousar um dia
Naquela tal que não foi escrita
Como se fosse
Vento de temporal
O mar batendo no penhasco

Ou na calma de um dia sereno
No ritmo da chuva de inverno
Batendo na vidraça
Achando graça de tudo
De cara pro mundo
No orgulho que estufa o peito
E esquenta o leito
Feito para se aninhar
Como passarinhos
Alegres a arrulhar

Juro que ainda vai ser escrita
Essa bendita!


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