segunda-feira, 30 de novembro de 2009

CISNE BRANCO DE CRISTAL



Do ponto onde eu estava pude perceber de repente os movimentos leves, suaves e harmônicos de uma criatura de luz que acabara de entrar em cena deslizando sobre as águas serenas do lago. E de tão lindo me enterneceu e foi tão forte o meu desejo de ir ter com esse ser que ganhou a força de um imã me arrastando e eu me vi bailando suavemente ao seu lado sobre o lago azul banhados pela luz do luar que iluminava de prata e dava contornos irreais a cena e à paisagem ao redor.

E tão embevecida eu me realizava ao lado daquele ser de cristal que foi com perplexidade e estranheza que me vi sentada à beira do lago imóvel e estática na posição em que eu me abandonara para que meu espírito de luz pudesse transcender e viver a irrealidade do sonho num corpo de cristal ao lado de outro cisne branco num lago de prata sob a luz diáfana do luar compondo esse momento azul de ternura e sensualidade, sob a magia das coisas do coração que ficarão na memória da pele e da mente para todo o sempre ao som mavioso de Tchaikovsky.

Enquanto eu me via ali do outro lado á margem do lago representando a dureza do mundo real que acabara de abandonar temporariamente para viver num plano superior no mundo onírico íamos compondo belas coreografias de desejo e sedução em perfeita sintonia na busca do prazer em seu estado mais puro que vem do instinto selvagem de onde se origina a vida.

E o prazer se tornou tão intenso ao atingir o ápice que o cristal explodiu e se partiu em milhões de pedaços que foram lançados para todos os cantos da terra espalhando o amor por todos os corações e mentes. E cada um desses pedaços ao atingir o alvo se recompõe em um novo cisne branco do cristal mais puro que pode haver e vai renascer nadando no lago azul ao lado de outro cisne por todo o sempre.

Que esse instante dure apenas um átimo de segundo ou o ilimitado do infinito ele estará permanentemente à minha disposição e sempre vou poder buscá-lo numa dimensão transcendente onde o mundo real deixa de ser a única referência para se viver as delícias do Éden.

Livres dos liames que o ciúme, o sentimento mesquinho de posse, as dores do medo de amar, as incertezas que prendem o ser ao mundo dos que rastejam sem ver a luz que emana dos olhos dos libertos os cisnes podem finalmente resplandecer em toda a sua plenitude pelos lagos azuis dos corações e mentes purificados pela força do amor e do prazer.

O GUARDADOR DE CARROS


Eu guardo carro
E me agarro
À esperança
De que haja uma mudança
E tudo possa melhorar

Por isso aguardo
O dia em que o carro
Que hoje guardo
Eu também possa usar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O DIÁRIO QUE VIROU CINZA


As cinzas em que se transformaram as centenas de folhas escritas onde foram depositados os segredos de uma vida ainda em início tinham mesmo a cor cinza como cinza era a cor da tristeza com que foi pintada a vida daquela adolescente no início dos anos sessenta. Elas podiam ser multicoloridas com predominância de rosa de um diário comum de uma adolescente no auge de seus conflitos de geração com os pais. Rosa que era a cor do romantismo característico dessa fase da vida.

Mas não, esse diário foi diferente. Ele teve a cor do sofrimento, da dor, da tristeza. E foi o resultado da introspecção que fazia uma menina trocar o convívio com os colegas nas brincadeiras e namoros próprios da época pela solidão do seu quarto, um quarto simples onde se refugiava sempre que as discussões com seu pai a encurralavam e empurravam para um exílio solitário e criativo. Por isso, segundo ela me falava pouca coisa do que estava escrito ali era resultado de algum acontecimento alegre e prazeroso. Esses eram momentos raros na sua vida de então.

Essas cinzas, que se espalharam pelo ar num segundo, era tudo que restou da fogueira de ilusões, desilusões, desgostos, sofrimentos, desamor, temores, dúvidas, incertezas, esperança em que ela cremou a sua verdadeira natureza interior exposta num processo de catarse naquelas páginas que, ao longo de quatro anos de muitas lágrimas e desavenças, ela fez de confidente mudo e silencioso de sua vida: seu diário.

Eram apenas cadernos simples de colegial. Nada de capa dura. Nada de figuras românticas de namorados ao luar. Nada de paisagens encantadoras. Não tinha a aparência dos diários que estamos acostumados a ver nos filmes e nas novelas nos quartos de mocinhas arrumadinhas que combinam o laço do cabelo com a cor dos sapatos, hoje chamadas de Patricinhas. Não marcavam nem dias, nem meses, nem anos. Ela mesma datava à medida que ia escrevendo. Até porque o volume que ela escrevia diariamente ultrapassava em muito a capacidade de uma página de um diário comum.

Sem chaves e sem cadeado para lhes garantir a segurança contra olhares indiscretos eles eram guardados numa malinha de madeira bem chinfrim, daquelas que a gente vê pessoas carregando os seus poucos e pobres pertences pelas ruas e rodoviárias nas cidades do interior do Nordeste, e foram sendo acumulados e arrumados à proporção que iam sendo preenchidos. E a chave da mala ficava sempre com ela. O que não foi suficiente para garantir que a sua privacidade trancada ali fosse preservada das chacotas da galerinha - manos e manas irresponsáveis e irreverentes adolescentes como acontece com todos ou quase todos nessa fase da vida.

Eles estavam sempre à espreita e ao menor vacilo pode ter certeza que ela iria escutar as piadinhas sobre o que havia sido lido nas páginas surrupiadas dos seus escritos. E via então os seus mais íntimos segredos expostos à execração pública sem dó nem piedade. Pois era assim que ela se sentia, uma Maria Madalena apedrejada sem ninguém para dizer aos apedrejadores: quem nunca pecou que atire a primeira pedra.

É com certo pesar que ela admite e me confessa que aqueles cadernos estavam se transformando num fardo por demais pesado para ser carregado. O temor de escutar as gozações dos irmãos sobre o que liam estava tirando o sono e a tranqüilidade. Ela trancava a mala, mas muitas vezes esquecia a chave por aí. E eles sempre achavam os danadinhos e não perdoavam. E enquanto ela chorava de indignação e desgosto eles riam da sua aflição e nem se importavam com o seu sofrimento. Na sua pouca idade eles não tinham discernimento para entender a gravidade da coisa. O que para eles era besteira para ela era caso de vida ou morte. Era a sua própria vida que estava exposta ali e as suas intimidades devassadas.

Alguns anos depois vendo que não dava mais pra suportar e não podia mais adiar tomou coragem e executou o gesto extremo – ateou fogo em tudo. Fez uma fogueira no quintal de casa com as centenas de cadernos e assistiu em lágrimas arder até o fim.

E à medida que as chamas cresciam e crepitavam ao vento parecia que os fantasmas contidos nos escritos se soltavam e saiam voando e gritando ao se libertar. Ghosts rindo do seu drama.

Tudo virou cinza que se espalhou ao vento. Nenhuma urna mortuária para guardar os restos mortais da sua adolescência. Ela estava resoluta e certa que não queria mais fantasmas na sua vida.

Foi uma dor aliviada, diz ela. Em princípio sentiu-se leve por não ter que carregar para cima e para baixo aquela chave amarrada na alça do sutiã. Não havia mais perigo. Era só o susto quando notava que ela não estava ali. Susto fruto do costume desenvolvido ao longo de tantos anos de angústia e vigilância. Agora já podia entrar no chuveiro despreocupadamente. Ninguém mais iria sorrateiramente lhe roubar a chave. Podia dormir sem ter que sentir o contato frio do metal contra o seu corpo como fazia sempre para ter certeza que ela estava consigo e o diário a salvo.

Mas em compensação nunca mais ia poder buscar respostas, explicações para algumas questões voltando no tempo e lendo aquelas anotações, impressões, opiniões tão verdadeiras.

O que se perdeu nunca mais ela vai achar. Quantas vezes nesses anos ela pensou em como seria interessante poder reler tudo o que escreveu. Como seria importante conhecer a fundo os seus sentimentos e opiniões sobre as coisas, o mundo, a vida e confrontar com o que pensa hoje.

Ela diz que essa época da sua juventude serviu de base para tudo que é hoje e por isso lamenta o gesto tresloucado, pois compreende que o que escreveu naquela época daria a pista para o entendimento dela mesma, uma vez que não se limitara a escrever sobre fatos ocorridos, mas sobre sentimentos e opiniões. Sobre o seu modo de ver a vida sob a ótica de uma adolescente começando a questionar o mundo para desespero dos pais com quem estava em constante rota de colisão. E isso traduzido em desavenças, discussões e brigas feias que lhe causava tanta infelicidade era o motivo desse diário.

Não poder fazer nada do que seria natural e normal da idade como ter e sair com amigos e amigas, namorar, passear, fazer vagens que não fossem só para a casa dos avós, coisas que todas as suas colegas viviam a fazer lhe dava a sensação de ser uma prisioneira.

Achava tudo muito autoritário e as atitudes do pai muito machistas. E ela ousava dizer isso cara a cara com ele ao longo de toda discussão. Tirano, déspota, Hitler, eram os elogios mais leves que ela jogava na cara do pai quando discutiam ao que ele reagia como sempre, lançando mão da sua autoridade de pai e com a velha frase de quem está consciente da sua autoridade: “já para o seu quarto”. E com isso encerrava a questão. E isso se repetia a cada dia e por longos anos até que ela conseguiu o que queria, mas que nem achava que fosse acontecer. Abrir o coração e a mente do seu pai para entender e aceitar o mundo por uma nova ótica.

Foi então que as constantes e inúmeras brigas terminaram por decretar a quebra do arquétipo de pai e pode ver diminuída a distância entre os dois e até se estabelecer um clima de amizade entre eles e assim vivenciar em todo o seu esplendor, que prevalece até hoje, o imenso amor que sentiam um pelo outro e que a postura autoritária de um e o orgulho e teimosia do outro não haviam deixado aflorar, vindo a prevalecer por muito tempo, um clima de animosidade e beligerância na relação de pai e filha.

Era então no refúgio do seu quarto e no seu confidente, fiel e mudo, que ela depositava as suas amarguras. Sem poder ter amigas íntimas para desabafar, sozinha no silêncio do seu quarto ela registrava por entre lágrimas copiosas, que por muitas vezes caíram sobre as páginas onde ela derramava a sua dor, a marca indelével do seu desespero e solidão.

Mas ela, embora entendesse e achasse justas as suas razões, sempre voltava a comentar como seria boa e importante uma regressão no tempo para maior conhecimento interior e seu crescimento enquanto pessoa. Quantas explicações talvez ela não tivesse para coisas que hoje recusa, descarta, abomina e para outras que ela idolatra.

Mas as cinzas ao vento levaram para sempre essa possibilidade. E hoje ela já consegue falar daquele tempo com distanciamento e pensa que talvez até tenha sido bom que não exista mais esse registro de um tempo que foi tão penoso para todos da família, embora reconheça a importância para a sua formação e para que os conflitos latentes pudessem aflorar e serem resolvidos embora muitas vezes de forma truculenta e desgastante para todos pelo sofrimento que causou naquele momento.

As brigas que parecem estéreis e desnecessárias muitas vezes sedimentam o caminho para a paz definitiva e duradoura.

Melhor que os conflitos venham à tona de uma vez do que fiquem incubados minando silenciosamente, num trabalho de formiguinhas, a estrutura das relações que terminam por ruir um dia sem que ninguém espere. E aí parece não ter mais jeito.

E o diário dessa menina foi o resultado e o resumo do que produziram esses conflitos quando começaram a aflorar naquela família de costumes tradicionais e de propagada fé católica com toda a carga moralista que isso acarretava.

E ele era o grito silencioso de revolta da filha mais velha que muito cedo começou a perceber a vida por um outro ângulo e que não aceitava o destino que queriam lhe impor baseado em preconceitos e falsa moral, desvirtuadas pelo comando machista de uma sociedade repressora do prazer e da genuína alegria de ser.

Se ela lamenta não poder mais ler o que escreveu a mais de quarenta anos atrás é por ter consciência de quanto material havia ali capaz de ser explorado como base para o seu maior auto conhecimento e também para uma publicação que pudesse ser mais um depoimento para mostrar ao mundo e ás pessoas o quanto se perdem ou se castram vidas pela intolerância e preconceito.

Graças a Deus ela soube resgatar a sua antes que pudesse ser ceifada pelo facão afiado que as mãos cheias de falsos cuidados teimam em querer proteger da vida lhe negando o direito á liberdade de conduzi-la da forma que lhe aprouver.

Bendito diário!

Que as suas cinzas espalhadas pelo vento tenham caído em terra fértil e feito brotar nos corações o anseio de liberdade e respeito que todo ser humano, e as mulheres em especial, ainda buscam numa luta constante contra a opressão e o preconceito em todo o mundo e que persistem apesar da evolução tecnológica e a globalização da economia e que é um direito inalienável de todo ser humano nessa vida.


sábado, 14 de novembro de 2009

INTERVIEW

Tudo começou com uma voz
Uma voz rondando a minha casa
Uma voz invadindo o meu sossego
Uma voz sem nome, sem rosto.
Uma voz do lado oposto

Uma voz que eu não conhecia
Conhecia a minha história
Uma voz penetrando o meu ouvido
Mudando definitivamente a minha vida

Uma voz
Começou me questionando
Seguiu me desafiando
Acabou me conquistando

Uma voz
Doce canta palavras de carinho
Irada berra, xinga alucinada

Voz de anjo?
Voz de demônio?

Simplesmente a voz
De uma pessoa apaixonada

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dois oceanos



No fundo de dois oceanos
De águas límpidas e claras
Eu mergulhei
Pra nunca mais retornar

Às profundezas do abismo
De mistérios e segredos
Eu me entreguei
Querendo me perder
Buscando me encontrar
No doce mel desse olhar
Eu me perdi
E achei a razão
Para viver e sonhar.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

BRANQUICELO

Branco cielo
De nuvens ligeiras
Sorrateiras
Chumaços de algodão
Mantas de lã
Macias feito um carinho
Carneirinhos para contar
Antes de dormir
Sumir...

Migrando para outras formas
Disformes
Agora posso ver

Monstros franksteinianos
Cabeça alongada
Testa comprida
Nariz pontiagudo
Olhos esbugalhados
Desengonçados

Toscos Centauros
Dinossauros voadores
Nos últimos estertores
Gigantescos ursos polares
De andar lento e abraço fatal

Oba! Chegou o Natal!
Papai Noel de longas barbas brancas
Surge em seu trenó
Puxado pelas renas serenas
Que cena!

Transformers criativos
Velozes e furiosas
Carruagens de fogo
Em fuga
Sequenciam a viagem
Que paisagem!

Montanhas de gelo
Derretem sob olhares atônitos
Incapazes de deter a catástrofe anunciada
Que mancada!

Potros lindos e desejados
Correm pela relva branca do céu
Dividem a imensidão do espaço
Com crianças brincando com seus cachorros
Que saltam e correm atrás da bola
Que elas, só de pirraça
Mandam para longe
A todo o momento
E ainda acham graça
Da desgraça alheia.
Coisa feia!

Insone, descubro outros motivos.
Ao vivo e a cores

Galinhas atentas chocam os ovos
E os defendem com bicadas certeiras
Coelhos comendo cenouras
Tesouras gigantes podam as árvores do pomar
Vacas pastando solenes no jardim
Sem pressa sem afobação
Chamam a atenção
Da até para sentir o cheiro do jasmim.
Atchim!

Corpos que se enlaçam
Braços que se abraçam
Em sensuais posições
Que se invertem
Revertem
Encenação do Kamasutra
A uns insulta
A outros causa sensação

Enquanto presto atenção
No céu
Na terra
A vida segue seu curso
E vejo que, assim como lá
Aqui tudo se desfaz
Tão fugaz!
Ás vezes em tão curto percurso
Que não dura um segundo.
Vasto mundo!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ladainha do amor

É assim que o coração fica
Santa Rita
Disparado
Olha como bate forte
Santo Onofre
O coitado!

Quando chega perto
São Gualberto!
Quando me fala baixinho ao pé do ouvido
São Guido
Até olvido o mundo
São Raimundo!
Fico mudo me calo
São Carlos!
Sem nada pra dizer
São Eliezer!
Quando me pega e me abraça
Santa Graça
Quando me beija
Que me proteja o céu!
São Rafael
Fico nas nuvens
São Rubens!

E quando me aperta
Santa Roberta
Abro o sorriso
Olho brilhando
São Caetano
Pernas tremendo, mãos suando
São Fernando
Minha vida fica por um triz
Como aprendiz
Santa Beatriz

Estrela guia da minha vida
Santa Guida
É assim que o amor
São Lavor!
Vai me fazer feliz!
Para todo o sempre
São Clemente
Assim seja
Amém!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mais um ano


A promessa de vida
No amor brotando em nossos corações

A lua cúmplice
A tudo assistia
E banhava de prata
As nossas emoções
Quantas celebrações

Uma noite pra ficar na memória
Um novo capítulo da mesma história
A história da minha vida

Ora florida
Dolorida às vezes
Idas e vindas
Vindas e idas
Chegadas
Partidas
Asa partida
Alegria incontida
Coisas da vida

Em tudo a forte presença do acaso
Que me deixou protegida
Enquanto, distraída
Eu andava por aí.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

INDIG(N)O BLUE


Cada frase um poema
Cada gole um gozo
Cada gozo um golpe
De misericórdia

Nós nus no termo da origem
Naquela de virgem
Feito uma vertigem
Num regime de urgência
Dispensando a prudência
Para não fugir da história
Num tempo de glória
Pois tanto lá como aqui
Num barco de desertores
(da guerra doméstica)
Depois do cais bar(baridade)!

Voltar para casa
Pegar carona na Maria Fumaça
Do último cigarro
Do cara da mesa ao lado
Debaixo do Trópico de Cancer
Ou será Capricórnio!?
Procurando a luz da lua
Que o sol expulsou do céu
E ninguém percebeu.

Noites de Cabíria!
Noites de Cais Bar!

Essa é uma homenagem ao saudoso CAIS BAR de todos nós, que tem como base um poema feito a duas cabeças ébrias porém pensantes e a quatro mãos bobas num amanhecer glorioso em frente ao mar. Noites de Cais Bar!

Lua do amor


No céu da noite
Toda majestade
Uma lua que eu conquistei
Uma lua que me conquistou
Pela magia do amor

No céu da minha boca
Louca tempestade
Uma lua que eu conquistei
Uma lua que me conquistou
Pelo sortilégio do amor!

A lua da minha noite no céu da sua boca
Que boca! Que louca!
Uma voz rouca sussurrando ao pé do ouvido
Duvido que alguém não se sinta comovido!